Tudo ao contrário. Foi tudo ao contrário.
Um fim-de-semana há muito programado, com amigas que há muito me dizem muito, para uma cidade que há muito que (ainda) não me dizia nada. Um fim-de-semana no Porto.
Finalmente ia ao Porto sem ser por obrigação, de passagem ou a trabalho. Ia ao Porto para conhecer o Porto, com olhos de ver, com coração de sentir. O Porto ia receber-me de braços abertos, de sol radiante, como nunca o tinha feito. Foi tudo ao contrário.
O evitável tornou-se inevitável. A 80 km da cidade que nos ia acolher, despistámo-nos.
A partir daí, o nosso itinerário mudou, o nosso caminho foi outro.
Fica o traumatismo torácico, as escoriações e as dores, mas essas também hão-de ir, à semelhança do que se passou com o susto.
A amizade fica, os valores são a nata e isso une-nos e faz-nos sorrir, mesmo no meio da desdita.
Em 5 segundos, 25 anos passam-te num ápice e tu deixas de ter importância, pois esse lugar é automaticamente ocupado por quem te diz muito. A lembrança é a tua visão, o pensamento o teu corpo.
Adoro-vos e a vida é colorida porque vocês continuam a fazer parte dela.