O Natal está próximo, é um facto. Outro facto é que as pessoas (e bichos também) ficam mais humanas nesta altura em que as ruas se enchem de cor, de luz, de sorrisos, de burburinhos menos desagradáveis, de gritos menos irritantes... pelo menos, para quem gosta desta época festiva.
É uma verdade facilmente comprovada, esta alegria anual, esta simpatia colectiva que tende, todos os anos, a emergir de carapaças geralmente frias, egoístas, camufladas... (nem todas, também é certo)
No entanto, expliquem-me, se conseguirem e quiserem, por que raio estas carapaças conseguem ser, por vezes, tão vis, tão maliciosas, tão egocêntricas. E, como se tal não bastasse, por que razão se interessam tanto (e sempre) com a vida dos outros. Não entendo, mesmo. Serão apenas fugas desesperadas das suas próprias carapaças?
Ademais, parece-me que vejo aqui um paradoxo inquietante (ou não): interesse acentuadíssimo pela vida alheia e egocentrismo. Ora, decidam-se de uma vez!
Tem piada? Não, não tem. (Embora o Natal tenha sempre o seu encanto, o seu espírito)