quarta-feira, novembro 12, 2003

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Na vida só tenho uma certeza, que nada é certo. Porém, tenho a certeza que há coisas certas. Certas ou acertadas, certamente andarão por aí. Raras são as coisas que vejo acertadas, menos as certas, mas tenho a certeza que é certo afirmar que as coisas certas andam por aí, ou por aqui, sem sequer precisarmos de as ver. Certamente que um dia as veremos, se é que já não vimos...

Voltando à religião, certeza maior que Deus existe para um crente não há. Será que é preciso não se ver para estar certo, para termos a certeza que existe?

Certeza das Certezas, só acreditando temos CERTEZA.

Costumo dizer que a certeza foi a maneira que o Homem inventou para acreditar. Eu recorro a esta GRANDE INVENÇÃO cada vez que me apaixono. Sou mesmo adepta. Tenho certezas que vão por água abaixo, mas certezas... Ai ralo ralo que deixaste passar tanta certeza e nem assim eu me ralo em ter ralações por me me meter em relações que acredito não serem as certas de certeza!

A certeza também pode ter sido inventada para dar trocos. Trocos certos. "Está certo?" "Está certo, sim Senhora". E cada um segue o seu caminho com a certeza que cumpriu a sua parte. Quem se lixa é o "carocho", que à conta de trocos certos, vê as voltas trocadas e recebe cêntimos por euros. Tá tudo trocado, dá Deus nozes a quem não tem dentes e ao "carocho", (que não tem dentes, senão não é puro) nem nozes ( chamavam-lhe um figo) lhe tocam, só cêntimos...

Uma nota não se destroca, troca-se, porque se assim não fosse, não seria nota, seriam trocos! Precisamos de muitos trocos para destrocar numa só nota. Primeiro nasceu a nota e depois o troco. Ponto. Aqui não há lugar ( o carocho ouve falar em lugar e diz já que é dele... olha, olha! Vem aí a tentar correr...) para o dilema galinha/ovo. Aqui sabe-se quem nasceu primeiro, por isso se diz Papel-moeda e não ao contrário, evidente. (Continuando...) Logo, se destrocar é desfazer a troca e se a troca foi de nota para troco, a destroca terá de ser de troco para nota. Por isso é que os carochos (até) têm razão: cêntimo a cêntimo enchem o bolso e assomam-se ao balcão da esquina ou a um café qualquer do Colombo e proferem com voz de quem tem a CERTEZA que está a dizer certo : " É para destrocar, s.f.f".


- "O que é isso meu Senhor?"
- " São trocos Senhor Fardado com ar de quem tem algemas, são trocos... "– esta jóia, provavelmente foi dita por José Castello Branco aquando da sua primeira detenção!

Trocas-baldrocas o melhor é dar de frosques! Até porque isto pode estar a ser lido por quem já tenha tido nas mãos uma das outras notas que não as que me acompanham, aquelas cujo troco possa ser dado em outras notas, inclusive na nota que me permite os trocos, a de 5 (que antes valia 1000)!

A culpa é do "carocho"... No parêntesis acima, não no último, no outro, naquele em que tentava correr, gritava-me : "destorce, destorce", e eu, baseada na correcta utilização que eles fazem dos termos e no seu ar de preocupação, achei que era para disfarçar o que estava a escrever, e andei às voltas com o texto. Lá vou ter de levar o carro à oficina...

Certo? Tens a certeza?

Com certeza... ou “conceteza”

Fui
(sem ter a certeza que ainda aí estavas)