Cada vez que vejo um filme produzido e realizado no outro lado do Atlântico, mais especificamente made in USA, onde um transeunte vai muito bem a andar por aqueles passeios cinzentos (não conhecem a bela calçada portuguesa) e entre um café em copo de esferovite, o guarda-chuva e a gabardina toda aberta enquanto estica a mão onde segura um donuts para fazer parar um taxi, se depara com aquelas máquinas de jornais (não conhecem os nosso quiosques), imagino como seria se fosse nascido em PT.
E porquê? Porque, embora ao pôr a moeda para tirar o jornal possa tirar quantos lhe dê na gana, o americano tira somente um.
O português, que leva quilos de panfletos enquanto espera na fila do banco, que compra tudo o que está em promoção, que mesmo que não precise, põe no carrinho o protector solar em pleno inverno (e nem todos vão à neve) porque ofereciam uma mangueira para o jardim da casa que ainda não tem, imagino que tirasse uns trezentos. Andaria pelas ruas carregado de jornais, para dar e, nalguns casos, vender. Cada um de nós, teria um ardina dentro de si.
Por um lado, poupamos nas escolioses, por outro, talvez se lessem mais jornais...