Mais que um nome de concurso, é uma advertência. Embirro com quem se esquece da escova de dentes. O telemóvel vem, a carteira também, mas a escova fica.
O problema não está aí. Se a muitos não faz espécie não lavar os dentes, é questão que não me suscita preocupação (na maior parte dos casos). O que me causa espécie é acharem que não me fará espécie alguma utilizarem a minha. A escova de dentes não se partilha, pelo menos a minha. Bem sei que poderá parecer estranho, mas é uma coisa pessoal, muito pessoal, íntima até.
Não gosto de partilhar a minha escova, assim como seria incapaz de utilizar a de outrém. Não percebo onde está a dificuldade em perceber isto. «Beijas-me, comes dos meus talheres, até bebes do meu copo... Porque não posso utilizar a tua escova?» Porque não. Chamem-lhe panca, teimosia, egoísmo, capricho. Não e não.
Nunca pedi uma gilette emprestada, (também porque não utilizo), mas imagino que, caso utilizasse, lembrar-me-ia de a levar, e caso não, nunca pediria emprestada (até porque, felizmente, fazer a barba foi ofício que nunca careceu necessidade em meu rosto, logo...).
Vou comprar um cofrinho, com código, daqueles bem maneirinhos, porque a minha escova é só minha e tem de estar guardada.
Não concebo a indignação. Fica feita a advertência.