Confesso. Sim, confesso: gosto de cinema made in Portugal. Não sou daquelas que diz que gosta porque fica bem, mas também nunca fui daquelas que dizia que não gosta e nunca (ou quase nunca) viu. A segunda confissão de hoje respeita ao facto de não gostar dos filmes do grande mestre Manoel de Oliveira, talvez não o perceba, talvez não o saiba apreciar, mas a realidade é que depois de sair de uma sala de cinema, ou de ver um filme dele na saudosa RTP 2, nunca tive o prazer de ter gostado.
Bem, mas o propósito deste post ainda não foi atingido. Diversas foram as vezes que escrevi neste blog sobre filmes portugueses aos que assisti. Valia a pena escrever sobre eles pela sua qualidade. Hoje escrevo-vos pela falta dela. O último filme de Fernando Lopes, Lá Fora, a meu ver, e contrariando a crítica, não presta. O elenco não surpreende, não por não ser bom, mas por ser óbvio (pois e pois). O argumento fica muito, mas muito aquém de um muy nobre e estreante Ninja das Caldas. Aqui podemos ver a mensagem do realizador que até põe em causa que o filme tenha alguma mensagem para passar: “É um filme sobre a redenção.
E só nos redimimos com o amor. Se há uma mensagem final do filme, essa é a mensagem.” São 107 longos minutos. Estreia a 1 de Abril e, infelizmente, não é mentira. Valeu a pena ir à Alvaláxia, mas para ver o Belleville Rendez-Vous. De facto, não percebo a razão pela qual a estatueta dourada de melhor filme de animação desta última edição dos óscares, não viajou até à Europa. Quiçá pela excelente sátira aos americanos presente ao longo de toda a longa-metragem. Um filme francês, onde Portugal e o seu galo de Barcelos, a senhora de bigode e o "é uma casa Portuguesa, com certeza" não são esquecidos e constituem pormenores soberbos de uma história super bem trabalhada. Esta é a minha opinião, não passa disso e gostos não se discutem, vero?