quinta-feira, dezembro 04, 2003

Embrassez Qui Vous Voudrez



Com o Zangão voei até ao cinema. Fomos ver o filme supracitado, que em português dá pela graça de Amor sem Tréguas.

Eu fui ao acaso, sem sinopses lidas. O Zangão também não tinha esvoaçado sobre o filme. O filme é lindo. Ambos partilhamos o gosto pela cinematografia europeia, em particular por algumas películas oriundas da terra da Torre Eiffel, mas este filme vai para além dessa simpatia.

Se uma estante tivesse, onde colocasse criteriosamente os meus filmes favoritos, como se de troféus se tratassem, este estaria, certamente, junto d' O Fabuloso Destino de Amélie e do Ponette.

A língua deixa de ser estranha ao ouvido logo passado um minuto, até menos que isso. Isto porque há pormenores que nos prendem a atenção, que nos fazem pensar e não somente nos divertem. Gosto de filmes que nos façam sentir, mas sentir com coração, que teclem na parte do cérebro que guardou a memória da sensação que estamos a visualizar na tela. Este é um deles: pequenas histórias, pessoas como nós, confusões, ânsias, coincidências, fugas, disfarces, obsessões, vidas. Vidas mal vividas, vidas parecidas mas tão diferentes na forma de se espraiarem. Vidas em busca do amanhã, vidas com máscara e vazio, quando no fundo, se fossem pensadas e olhadas, podiam ser degustadas. Está lá tudo, e acha-se que não está lá nada.

Todos buscam a felicidade, nas várias fases da vida, de várias formas. Todos o fazemos.

A luta ansiosa pela felicidade é o que dá infelicidade a muita gente.
Hermógenes

A vida é uma tragédia quando vista de perto, mas uma comédia quando vista de longe.
Charlie Chaplin