segunda-feira, fevereiro 16, 2004

Ai Portugal, Portugal! Do que é que estás à espera?!

Um corpo esticado, um braço erguido, um indicador a apontar para o céu, como se quisesse fazer-lhe cócegas... Um corpo saltitante de mochila às costas. Uma campainha comum.

Uma mão persistente e desesperada segura agora numa folha de papel. A campainha, essa, mantém-se intocável, lá no alto...

Um outro corpo, gigante, aproxima-se, desferindo facilmente com a mão o golpe final.

Trimm.

O corpo miúdo agradece e entra finalmente naquele prédio igual a tantos outros...

Pergunto eu, é suposto o quê, as pessoas baixas esticarem cada osso do seu corpo e tornarem-se verdadeiros acrobatas saltitões para conseguirem fazer algo tão simples como tocar a uma campainha?! Ou, por exemplo, é suposto um indivíduo de cadeira de rodas andar munido de uma vara para estas alturas, ou colocar na dita cadeira um sistema de ejecção?!

Enfim, Portugal é mesmo perito em fazer com que as minorias se sintam isso mesmo, minorias, e sofram na pele as dificuldades mais estúpidas.